domingo, 17 de abril de 2011

Manifesto Humano


Chegou o grande momento. Se eu obtiver sucesso e conseguir te convencer, ao final dessa leitura, a me dedicar o que, nessa nossa sociedade moderna maluca atual, é uma boa quantia de tempo, significa que consegui tecer uma boa teia de argumentos ao longo do que vai ser um longo discurso (prevejo). E que, obviamente, atingi o meu objetivo com essa história toda.

Aliás, vamos ser claros logo de início:

Nos demais posts desse blog eu sempre escrevi simplesmente aquilo que me vinha à cabeça, sem querer, necessariamente, influenciar alguém. Apenas tentava enviar aos leitores os sentimentos que perpassavam a minha mente e alma.

O meu objetivo sempre foi muito simples: me expressar, expondo minha forma de ver, entender e sentir o mundo, e tentar com isso cativar o leitor de modo que ele pudesse, se possível, se identificar com uma ou outra coisa e acabar se modificando aos pouquinhos - para melhor.

A metodologia usada foi basicamente a da sensibilização emocional, espalhando em meio aos textos carregados de sentimentalismo algumas ideias bem racionais. O fundamento por trás dessa técnica NADA planejada é simples: eu não acredito que o ser humano deva ser inteiramente racional ou inteiramente emocional, mas uma combinação dos dois. Acredito que o ser humano deva estar sempre exercitando sua sensibilidade para poder sentir e entender tanto ele mesmo como as pessoas e o mundo a sua volta. E é isso que eu tento fazer aqui no blog: exercitar tanto o meu emotivo quanto o dos leitores.

A parte racional é, obviamente, tão importante quanto. É com a racionalidade que desenvolvemos tecnologia, chegamos a decisões sábias, conseguimos julgar causas e eventos imparcialmente, controlamos os instintos herdados dos nossos ancestrais evolutivos, dentre outras infinitas atividades.

Então o que eu tento fazer é mesclar os dois. Mas penso que até o presente momento, me apeguei muito mais ao apelo emocional. Provavelmente porque nós já somos bombardeados com tanta racionalidade que eu sinto que preciso contrabalancear com bastante sensibilidade emotiva. Basta ligar a TV e assistir dez minutos de qualquer telejornal e veremos muitos crimes, tragédias naturais, movimentações econômicas, mudanças climáticas, esquentados debates políticos... Mas todos esses assuntos são tratados de uma forma racional que já não apela ao lado emotivo do ser humano. Não, no máximo eles costumam provocar uma pequena cócegas no lado sentimental dos telespectadores, fazendo-os se revoltar e comentarem durante algum tempo sobre coisas que os deixaram indignados e só. Ficamos travados nesse ciclo vicioso de lamentos infinitos e indignação, e aprendemos a aceitar as coisas porque elas "são assim".

Bom, eu estou aqui para acabar com essa história. Chega. Chega desse sensacionalismo disfarçado, e também do sensacionalismo não disfarçado. Basta de atiçar sentimentos humanos sem provocar uma reação realmente sensata da alma. Eu quero que meus leitores aprendam a sentir de verdade, e não que lamentem - sem realmente saberem o que é lamentar - infinitas mortes na catástrofe japonesa. Ou em Realengo. Ou no Iraque. Ou Líbia. Ou aonde for, com qualquer coisa que seja.

É chegado o momento de desvendar os olhos, olhar além do cômodo mundo que criaram para nós. Chega de aceitar o que os jornais falam como a verdade mais pura do mundo: os repórteres também têm vendas nos olhos. Todos temos. Alguns para algumas coisas, outros para outras, alguns muitos para tudo.

Minha meta aqui é lhes dar uma poderosa ferramenta para ajuda-los no processo de libertação. É hora de pensarmos profundamente no que realmente é importante para nós. É hora de ponderar melhor sobre "porque Avatar mexeu tanto com tanta gente, inclusive comigo mesmo?". É hora de encarar a verdade sobre quem nós realmente somos lá no fundo, e o que realmente gostaríamos que acontecesse.

Comecei dizendo que deixaria algo claro logo no início. Bem, era isso: esse vai ser um artigo diferente dos demais. Aqui, eu necessariamente quero convencer o leitor a tomar uma atitude, a começar uma mudança. A meta maior aqui não é me expressar. É alcançar. Alcançar você, leitor, a sua atenção, e por sorte, a sua alma. E para conseguir isso, eu vou tentar criar um discurso que irá te estimular emocionalmente e te instigar a pensar no porquê disso. Ao mesmo tempo, conexões lógicas serão trançadas, sobrepondo ideias antigas que você provavelmente nunca pensou seriamente sobre: simplesmente aceitou como válidas e necessárias.

À medida em que escrevo essa linha, não faço absolutamente nenhuma ideia do quanto vou conseguir alcançar desse propósito. Eu sinceramente espero que minha capacidade intelectual e emocional atual seja suficiente para provocar alguma reação positiva em você.  Eu não me sinto o que eu chamaria de "inspirado". Tive momentos de inspiração antes, e muitos dos meus outros textos vieram deles. Mas alguma coisa está me instigando a escrever e eu resolvi obedecer, mesmo com um certo medo de acabar não escrevendo da melhor forma possível. Espero sinceramente ser capaz de alcançar você.

O assunto é extenso. Até agora concluímos apenas a introdução. Mas se minha literatura for boa o suficiente, você não vai querer parar de ler. Se ela não estiver assim tão boa, faço um apelo desde já para que continue lendo, até o final! Se está num momento de correria agora, guarde o texto para ler depois, sem interrupções. Mas leia.

Então é isso. Aqui estou eu, um simples universitário de 21 anos viajando pela Itália, conhecendo um mundo que eu não esperava poder ver tão cedo. E aqui estou eu pensando em como o mundo anda tremendamente mal das pernas, e como as pessoas andam tremendamente más do cérebro. Me passou pela cabeça escrever "do coração", mas, felizmente, eu não acho que isso seja verdade. Apesar de termos alguns pequenos exemplos de quanta compaixão anda faltando pelo mundo, o coração parece estar intacto: o que anda mau é a racionalidade, que tem o poder de sobrepor os fracos impulsos do coração.

São as falsas linhas de raciocínio que andam distorcendo as mensagens do coração. Parecem ser verdade para quem as pratica, mas no fundo, elas não tem um fundamento significativo no mundo real: todos os problemas nesse mundo, causados pelo homem, não passa de um amontoado de maus entendidos que foram se acumulando uns sobre os outros com o passar dos séculos. Hoje, reconhecer o que é realmente importante por debaixo desse amontoado de tralhas históricas e acordos políticos é uma tarefa complicadíssima para aqueles que não exercitam sua sensibilidade. Para os demais, é um caminho quase natural, mas que pode levar anos ou nunca chegar a se concluir caso um guia não apareça para ajudar a desviar de certos bloqueis inconvenientes que ficam no meio do caminho.

Felizmente, aqueles sensibilizados já podem facilmente achar um caminho para fora desse labirinto de maus entendidos, pois ultimamente saiu pela internet um documentário que consegue abordar de uma forma bem acessível toda a informação necessária para nos levar a um mundo antes encoberto, e que esteve sempre ali, diante dos nossos olhos. A gente só não tinha aprendido a ver.

Para os não sensibilizados, o documentário é meio caminho para começarem a pensar melhor sobre o mundo que os rodeia, e que tipo de mundo eles realmente acreditam que valha a pena viver. Os não sensibilizados geralmente nunca pensaram sobre essas coisas e, portanto, já é um grande avanço para começarem a exercitar sua própria emotividade. Alguns, quem sabe, inclusive se sensibilizarão imediatamente, ao ter tanta coisa legal descoberta de uma vez só.

O documentário de que eu falo aqui foi o documentário que mudou a minha vida. Literalmente. Como? Bom, se eu não o tivesse visto, o meu futuro provavelmente seria trabalhando em alguma empresa, minha ou não, tentando arranjar soluções criativas para ajudar o mundo a se desenvolver, ao mesmo tempo em que eu poderia fazer um bom dinheiro e viver tranquilo.

Parece uma boa vida, não?

Infelizmente, para mim, não parecia não. Não conseguia me satisfazer com essa ideia... Parecia tão simplória, tão fútil, quando comparada com a quantidade de pessoas nesse mundo que nunca poderiam ter o mesmo que eu, mesmo que eu tentasse ajudar, criando projetos sociais e tudo o mais que vemos por aí...

Eu espero que vocês entendam esse ponto da minha vida, porque me parece importante: eu, desde pequeno, nunca tive dúvidas de que seria bem sucedido. E nunca desejei ganhar dinheiro pra ficar rico e levar uma boa vida. O que me motivava nessa história de ganhar dinheiro era a possibilidade de poder ajudar os outros com ele. Ajudar MUITOS mais do que eu poderia sem nenhum dinheiro. Eu não via no dinheiro uma vida fácil e confortável. Nunca desejei viagens internacionais, nunca desejei cruzeiros marítimos, nunca desejei poder comprar aquele carrão, ou aquela mansão. Não, esse consumismo nunca me fascinou. O que eu queria era poder acabar com certos sofrimentos desnecessários na minha vida e na vida dos meus familiares - como ter que ficar selecionando o que comprar num supermercado, geralmente morrendo de desejo de comprar certas coisas que eu nunca podia por causa do preço - e poder ter dinheiro suficiente para poder ter alguma influência nesse mundo, podendo ajudar a mudar a vida das pessoas que passam por dificuldades básicas.

Era e sempre foi esse o meu maior propósito de vida: ajudar aqueles que sofrem absurdamente, simplesmente por não terem tido a oportunidade que eu tive de crescer em um ambiente estável, com todas as necessidades básicas atendidas – inclusive amor e carinho.

Quando criança eu me recordo de pensar, recorrentemente, nesses aspectos. E daí, à medida em que fui crescendo, frequentando o Ensino Médio e logo depois a Universidade, esses sentimentos foram ficando para trás, pois os novos ambientes eram repletos de termos como "carreira", "profissão", "quanto você vai ganhar", "quantas horas vou trabalhar" e por aí vai. O que acontece é que à medida em que envelhecemos, começamos a virar adultos. E, me desculpe o termo, bundões. E é a mais pura verdade.

Com o passar do tempo, estarão nos cobrando uma posição no mercado. Estarão nos dizendo qual profissão está dando mais dinheiro. Quando e quanto devemos trabalhar e ganhar. Estarão fazendo o possível para que sejamos um sucesso nessa nossa sociedade. Ficarão extremamente felizes ao vê-lo se casar com alguém que você geralmente acredita que ama, mas que muitas vezes não tem certeza. Resplandecerão de plenitude quando seus filhos nascerem. E aí você estará pronto para fazer o mesmo  que eles fizeram a você. “Educará” seus filhos para a mesma vida programada que você levou.

Durante todo esse processo, o problema da fome na África, ou mesmo do mendigo ali na sua porta, não passa de história de noticiário. Ninguém liga. Aliás, liga, mas daquela forma superficial "não há nada que eu possa fazer!". Como se fosse muito eficiente ser continuamente bombardeado por notícias de sofrimento nos outros cantos do mundo, ficar indignado com como as crianças morrem de fome na África, comentar com o vizinho, e voltar a atenção ao casamento da sobrinha.

E se você, durante qualquer fase do processo descrito acima, se lembrar do seu sonho de infância de ajudar os outros e resolver levar isso adiante... bom, ao primeiro comentário sobre isso com eles, você receberá um "esqueça, você não pode mudar o mundo". 

E é nesse ponto em que eu digo: se você acreditou, você acabou de virar um bundão.

Por sorte, bundões podem deixar de ser bundões. Eles só precisam reaprenderem a valorizarem o que as crianças falam e, mais, o que eles, quando crianças, diziam. Portanto, se você está aí pensando se é ou não um bundão, nem precisa terminar o raciocínio. Basta começar a valorizar os questionamentos aparentemente idiotas das crianças.

Aliás, abramos um parênteses breve aqui para propor esse exercício para todo mundo que está lendo esse texto: comece a realmente ouvir o que as crianças dizem e, especialmente, perguntam. Comece a pensar em respostas sérias para cada uma das perguntas, por mais idiotas que sejam. Leve o pensamento adiante até você encontrar a resposta. Eu tenho certeza de que você se surpreenderá com a quantidade de perguntas que você NÃO vai saber responder satisfatoriamente.

Quando se deparam com perguntas desse tipo, a resposta padrão dos adultos às crianças é “você ainda é muito pequeno para entender...”. Mas a verdade é que nem ele faz ideia da resposta. E porque você, adulto, anos de experiência, que já ouviu e viu de tudo, não sabe responder uma simples e idiota pergunta de criança?

Veja, muitas das coisas que nos perguntamos quando crianças (das quais provavelmente você nem se lembra mais), nós acabamos deixando de lado enquanto crescemos e nos ocupamos com problemas infinitos de noticiários, novelas, jogos, profissão, carreira, casamento, filhos, doenças... Ou seja, a pergunta se perde dentro de nós, e então, nunca chegamos na resposta. Então, quando nosso filho vem nos perguntar “mas papai, porque eles fazem guerra, se guerra mata gente dos dois lados?”, nos surpreendemos com a sensibilidade da criança, ficamos comovidos, mas não pensamos sobre a resposta séria para a pergunta. Simplesmente repetimos o tão clichê “você é muito pequeno para entender...”. Ou seja, você não sabe a resposta simplesmente porque parou de perguntar, com o tempo. E o tempo de repente se tornou tão longo que você nem percebe que ainda está na ignorância. Esse, caros leitores, é o início dos maus entendidos.

Fechando o parênteses, voltemos à historinha da minha vida. Apesar da direção que eu tinha em mente quando pequeno, o processo de amadurecimento e educação dentro de escolas e universidade acabou distorcendo um bocado aquele sonho.

Um ponto que vale muito a pena comentar é o da minha visão do papel da Universidade no mundo. Até entrar em uma e tomar contato com as estruturas reais de funcionamento da mesma, eu acreditava que a ela era o lugar do conhecimento mais puro. Acreditava que era ali que as pessoas iam para aprenderem a pensar e questionar as coisas do mundo, e buscar soluções para os problemas. Para mim, a Universidade era o ambiente para se aprender e era ali que as pessoas que desejavam aprender iam. Por causa dessa visão pessoal minha, eu não conseguia entender, logo no primeiro período de estudo, o porquê de tantos colegas meus dizerem que estavam ali só pelo dinheiro que o curso lhes permitiria ganhar. “Como assim? Eu estou aqui só porque eu tenho vontade de aprender mais sobre física, matemática e computação, para quem sabe então poder começar a desenvolver robôs! Se quisesse só ganhar dinheiro, eu não faria faculdade!” diria eu.

Não sei se ficou claro o ponto, o fato é que comecei a me decepcionar quando as aulas tomaram formas de palestras de empresas, de indústrias. E de repente, todos os professores estavam falando de como isso ou aquilo era valorizado aqui e ali, como tal empresa produzia isso ou aquilo, como eu deveria me comportar para ser selecionado por essa ou aquela indústria.

Tudo o que eu queria era um ambiente de livre indagação sobre a natureza, onde eu poderia aprender o que já foi descoberto e instigar minha mente para descobrir aquilo que não fora entendido ainda. E tudo que eu encontrei foi um ambiente destinado a formar mão de obra para as empresas e indústrias desse mundo.

Eu não queria vender o robô que eu produzisse depois de anos de estudos na Universidade. Não estava me lixando para o dinheiro que ele poderia me dar. Eu só queria poder fazer ele funcionar! Mas o ambiente todo conspirava para que eu começasse a pensar em vender tudo. Porque, se eu não fizesse, como eu sobreviveria? Como compraria comida, ou os materiais necessários para fazer o robô? E foi assim que meus sonhos se distorceram.

Ao fim do segundo ano de faculdade eu já estava mais “enquadrado” ao sistema e comecei a pensar em um trabalho que me satisfaria. Já sonhava em talvez abrir uma empresa e conseguir fazer produtos excelentes e úteis à sociedade. E assim, levar uma feliz vida capitalista, com todo o dinheiro que eu precisaria para mim e minha família, e se possível, um pouco para ajudar os outros.

Reparem que, apesar dos sonhos ficarem um pouco distorcidos, eles ainda faziam parte de mim: continuava querendo poder ajudar o máximo de pessoas possível, mas de certa forma a minha prioridade passou a ser eu, meu status e a minha condição financeira, antes da ajuda aos demais.

E, bem... eu até tentei. Tentei achar algo que me satisfaria, mas nada parecia funcionar. Sempre tinha algo lá no fundo que parecia dizer que ainda não era aquilo. Não me agradava entrar para uma grande companhia e ser top dos top lá. Não me interessava ser chefe do departamento de desenvolvimento de produtos da empresa Y. Não dava a mínima para uma função de fácil execução e excelente remuneração. Nada. Boring, boring, boring. Isso era o que passava na minha cabeça.

Aliás, outro pequeno parênteses. Eu ria por dentro quando lia aqueles panfletos de empresas tentando se apresentar aos estudantes, que geralmente dizem "Você gosta de desafios? Você quer um ambiente em que possa crescer profissionalmente?" e blá blá blá. Ria porque eu não conseguia ver que desafio propunham ali. Para mim, desafio sempre foi algo no nível de mudar o mundo. E não via sentido no "crescer profissionalmente", porque para mim, mesmo se eu virasse CEO da companhia, ainda estava num patamar muito inferior ao que eu queria estar. Não, essas empresas com certeza não eram para mim, porque eu queria ser, em última instância, LIVRE, e para isso eu não podia me envolver com essa história de pressão monetária, trabalhar para atender acionistas, para satisfazer credores, e por aí vai.

Dentre todas as grandes empresas desse mundo, a única que me chamava real atenção era a Google. Tendo lido um pouco sobre o seu ambiente de trabalho, era algo que eu achava fantástico (e ainda acho!). A única que parecia ter um ambiente no qual eu me sentiria muito bem. Porém, só profissionalmente, e esse era o problema com a Google.

Gostaria que entendessem que eu estava buscando um espaço para não só trabalhar para uma empresa, mas para o mundo. E quando eu digo mundo, não quero dizer só o mundo que consome (e que obviamente paga suas contas), mas o mundo que nem mesmo dinheiro não tem. Ou o mundo que nem sabe o que é dinheiro e nem conversa com a gente, como o mundo dos animais, os oceanos e ecossistemas em geral. E nesse padrão, não tinha empresa na Terra que me satisfaria, pois todo produto que eu criasse teria de ser vendido.

Então, a única possibilidade que me parecia se encaixar melhor ao meu perfil era virar professor universitário. Afinal, ali eu poderia estar em contato com novas mentes dispostas a aprenderem, poderia tentar tornar minha aula um ambiente realmente agradável e criativo, além de poder trabalhar em um laboratório de pesquisa dentro da Universidade desenvolvendo minhas próprias pesquisas.

É realmente interessante eu poder reavaliar, hoje, a minha vida de um ano atrás, as ideias que rondavam pela  minha mente, e poder entender o que eu sentia que estava errado, mas que na época não podia explicar. Digo isso porque hoje, finalmente, eu sei o que eu quero e como eu posso fazer, e não tem mais nada parecendo errado. Na verdade, as coisas fazem tanto sentido que parece que a minha vida toda foi uma preparação para chegar nesse exato ponto, onde por fim eu me sinto livre como nunca e seguro o suficiente com relação ao que eu quero. Eu finalmente tenho um plano concreto para tocar em frente,  um plano que eu não preciso ter medo de que falhe, porque se falhar, existem dezenas de outras possibilidades para substitui-lo.

Eu arriscaria dizer que chegamos ao clímax do texto. É agora que eu anuncio o que mudou, como mudou, e porque mudou. Anuncio também o nome do documentário que serviu de estopim para toda a reforma da minha visão do mundo e do meu futuro. Logo em seguida, entramos nas consequências disso tudo. Passamos por algumas ponderações, chegamos a algumas conclusões e... fechamos o texto com uma mensagem instigadora, para incentivar o leitor a seguir um caminho semelhante, mas específico para os valores dele. Esse é o nosso plano, então sigamos em frente.

Toda a mudança começou a acontecer depois de assistir ao filme "Zeitgeist: Addendum", no início de agosto de 2010. Antes desse filme, eu assisti "Zeitgeist: The Movie", que hoje eu vejo como algo não muito importante e até dispensável. O único motivo pelo qual eu incentivaria o leitor a vê-lo é o fato de que ele ajuda a começar a pensar melhor sobre o que o mundo parece ser, a entender que muitas coisas talvez não sejam como a gente pensa que é. Desse ponto de vista, "Zeitgeist: The Movie" pode ser material importante para uma iniciação à nova visão do mundo. Mas o material realmente importante aparece no segundo filme, o Addendum. Foi ali que minhas sensações de que algo estava tremendamente errado, já atiçadas enormemente pelo primeiro filme, encontraram as suas razões de serem. Foi ali que perguntas há muito caladas lá dentro de mim, perguntas que eu costumava fazer inclusive enquanto menino, começaram a reaparecer e fazer sentido. Foi ali que todo o futuro que eu tentava desesperadamente encontrar para minha vida de repente perdeu sentido, e um futuro totalmente novo surgiu, um que estava de acordo com tudo aquilo que eu sempre acreditei lá no fundo.

Esses dois filmes conseguiram motivar muitas pessoas a tomarem atitude, e o resultado foi a criação do Movimento Zeitgeist, cujo objetivo, hoje, é essencialmente informar mais e mais pessoas sobre muitos dos fatos apresentados pelos filmes - mas não todos eles. Os filmes são a expressão pessoal do seu criador e diretor, Peter Joseph, enquanto o Movimento Zeitgeist tem metas determinadas, boa parte inspirada nesses filmes.

O sucesso do Movimento e dos filmes incentivou a criação de um terceiro filme, o "Zeitgeist: Moving Forward", que eu arrisco dizer ser uma síntese extremamente boa dos outros dois, e com alguns detalhes a mais e melhor abordados.

E é aqui que eu solicito ao leitor que me dedique o tempo citado no início desse texto. Gostaria de pedir que você, caríssimo leitor, veja essa série de filmes. Como cada um dos filmes dura pelo menos duas horas - o último dura quarenta minutos a mais - eu recomendo que, se tiver que escolher, veja o último. Ele deverá bastar para expressar a grande parte da filosofia Zeitgeist.

Retornando à minha experiência pessoal com o filme, eu não posso deixar de dizer que fiquei muito surpreso com a clareza de certos argumentos e com o fato de tudo parecer ser tão simplesmente óbvio que eu me peguei questionando infinitas vezes o porque de nunca termos visto isso. Não sei o quão perto eu cheguei da verdade em minhas divagações, mas o fato é que algumas pessoas durante o decorrer da humanidade pensaram sim em coisas semelhantes - claro, limitadas ao grau de tecnologia e conhecimento da época. E muitos foram os artistas que tentaram expressar suas ideias de um mundo totalmente unido, sem barreiras, como ele realmente é na sua natureza pura. O exemplo mais famoso e bem sucedido que eu posso dar é do (ó! Que coincidência!) John Lennon, com a música “Imagine”.

Mas isso não importa. O que importa é o fato de que os filmes de Peter Joseph despertam sensações há muito dormentes em nós, jovens e adultos que fomos nos afastando cada vez mais da inocência e curiosidade infinita das crianças. E isso é o mais importante, dentre tudo o mais que os filmes oferecem. É por isso que eu quero lhes pedir que, quando decidirem tirar o tempo que solicitei (além do tempo gasto para ler essa bíblia!) e assistirem o(s) filme(s), estejam sempre atentos às sensações que serão despertadas dentro de vocês.

Não ignore uma sequer, e você vai começar a ver como muitas coisas que você simplesmente passou a ignorar durante o tempo virão a tona e te incitarão a tomar um partido. Você deverá decidir se aquela sensação é verídica ou não, e quando perceber que é, deverá eleva-la ao pedestal que ela merece, em detrimento de todas as outras que forem contrárias a ela, mesmo que você tenha aprendido a valoriza-las como algo de veracidade suprema.

É essa a maior força que esses filmes tem a oferecer. Se você vai concordar ou não com as soluções propostas, ou se você tem objeções com relação a alguns pontos, não tem problema. O importante aqui não é virar fã do movimento, fazer parte do mesmo e etc. A única coisa que eu desejo é que você perceba essas pequenas grandes verdades que estão escondidas dentro de você, e as valorize de forma adequada.

Eu te garanto que se você tiver a habilidade para notar seus sentimentos e assistir com atenção o filme, vai perceber grandes balanços nos seus valores, sejam eles sociais, pessoais, interpessoais ou culturais. De repente, se você for perspicaz e corajoso para encarar certos sentimentos, você entenderá o porque de eu estar tão interessado em passar a mensagem adiante. Você perceberá em que tipo de mundo você quer morar, independente se você acredita se aquele mundo é possível de se alcançar ou não. Você, por sorte, compreenderá o quão mais útil a sua vida pode se tornar, tanto para você mesmo quanto para o mundo. E você será capaz de finalmente tomar as rédeas de sua vida, direcionando-a para o caminho que você achar mais puro para ajudar o mundo a se tornar um lugar melhor, onde aquelas verdades, há muito escondidas, sejam reconhecidas por todos.

Sem o véu do comodismo, você aprenderá a ver como as sociedades realmente funcionam, o que motivam os seres humanos, e o porquê da existência de tanta fome, miséria, guerra e falta de compaixão nesse mundo.

Eu obviamente poderia começar a discursar sobre as diversas coisas que o filme fala, mas isso não cabe a mim. Não agora. Primeiro, cada um tem de ver por si só e entender que impressões pessoais ele deixa. Depois, podemos conversar sobre.

Sinceramente espero que consiga convencer muitas pessoas a verem o filme e entenderem que mudar o mundo não é questão de "ser possível" ou não. É questão de fazer. E a partir do momento em que você modificar seus valores fundamentais para restaurar aqueles que estão lá no fundo de todos nós, você já ajudou a mudar um pouquinho o mundo. Se você vai levar isso mais adiante e realmente começar a fazer algo concreto já são outros quinhentos. Fato é que quem é tocado nesse nível da alma nunca voltará a ser o mesmo e já começará a tomar decisões que ajudarão a mudança do curso das coisas naturalmente.

Já é tempo de reconhecer que barreiras políticas, limites de países, instituições sociais, capitalismo e todas as demais criações do ser humano não são NATURAIS e, portanto, podem ser destruídas SEM PREJUÍZO para o planeta Terra. Já é hora de reconhecer o planeta como um único ser vivo, dos quais todos fazemos parte e do qual todos dependemos para sobreviver. Ideias ultrapassadas como nacionalismo, preconceito e fanatismo devem ser abandonadas: do espaço, vemos um único globo azul-esverdeado. Não vemos fronteiras políticas. Não vemos Estados Unidos, Canadá, Brasil ou União Européia.

É chegado o momento, finalmente, em que todos os povos começarão a entender que não há razão para guerras e matanças baseadas em interesses políticos e financeiros. Não precisamos matar outros por causa de religião. Não precisamos convencer os demais do que acreditamos. O mundo funciona muito bem com, ou sem nossas opiniões. Quem não funciona bem é a nossa sociedade, baseada em pilhas de opiniões sobre o que é melhor para um grupo ou outro.

Basta de intolerâncias, basta de discriminação, basta de medo de viver. Somos os únicos animais desse planeta realmente capazes de alterar o ambiente de forma drástica, quase à nossa vontade. Porque não usar desse poder para fazer um mundo melhor?

Para finalizar, simplesmente pense se, no fundo do seu coração, você gostaria de poder viver em um mundo sem violência, onde você não precisaria ter medo de conversar com ninguém. Onde você poderia viajar para qualquer lugar do mundo quando quisesse. Onde você poderia ter um tempo infinitamente livre para fazer aquilo que você achar melhor: tocar piano, ou violino, ou pintar, ou escrever, ou criar engenhocas eletrônicas... talvez observar o espaço, em busca dos mistérios contidos nos buracos negros e planetas e estrelas distantes... ou quem sabe você prefira dedicar tempo à culinária, ou aos filmes, ou à filosofia... Ou a nadar com golfinhos no Oceano Atlântico...

Enfim... Imagine o mundo realmente perfeito, onde ninguém passe fome, ninguém viva na miséria, onde todos sejam amigáveis e desejem de todo coração ajudar a sociedade a evoluir como um todo. Nada de medo de assalto, de sequestro, de destruição de ecossistemas. Nada de guerras. Homens, mulheres, animais, plantas e tudo mais, todos em harmonia. Imaginou? Seria legal viver assim? Então comece a agir de acordo, porque Utopia é só uma forma fácil de fugir da responsabilidade de tornar realidade um sonho que é muito grande para acreditarmos ser possível.

Se você ainda duvida do “paraíso na Terra”, talvez precise simplesmente de mais fé. Não daquela fé mística, da esperança cega de que tudo irá se resolver por si só. Não essa fé. Falo da fé na capacidade e bondade humana. Falo de acreditar no seu potencial de ser bom. Falo de baixar o ceticismo e permitir que essa mensagem realmente atinja o seu coração. Falo de confiar um pouquinho mais no outro. Porque o mesmo homem que é capaz de lançar uma bomba sobre uma cidade, também é capaz de amar incondicionalmente seus filhos.

Talvez ajude começar se perguntando: "Se eu estou disposto a viver sem toda essa agressividade e disputa do mundo atual, porque os outros também não poderiam pensar o mesmo?"

Eu estou disposto. E não estou sozinho.

John Lennon Oliveira Couto



PS: Deixo fora do texto os links para os documentários citados! Você pode assisti-los por stream, on-line, ou baixar via torrent. Lembre-se: o último filme, “Zeitgeist: Moving Forward”, substitui muito bem os outros dois e assim, se você não pode dedicar tanto tempo a esses documentários, veja ele. Mas se quiser sentir o real impacto de uma mudança de perspectiva, sugiro que veja os três, na ordem!

A legenda em português no youtube pode ser ativada clicando no botão “CC”.

Para ver online:

“Zeitgeist: The Movie” – só em inglês: http://vimeo.com/13726978

“Zeitgeist: Addendum” – http://www.youtube.com/watch?v=EewGMBOB4Gg

“Zeitgeist: Moving Forward” – http://www.youtube.com/watch?v=4Z9WVZddH9w

Para baixar os arquivos torrente: pesquise pelos nomes em www.torrentz.com.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Seu mundo está para mudar!


Olá pessoas!

Venho através desse simples post só anunciar que em breve, espero que até domingo, eu publicarei o que será o maior texto até então escrito por aqui. No word, ele está com algo em torno de 9 páginas (Times New Roman, tamanho 12). Foi escrito hoje de madrugada: 5 horas gastas no processo. Não vou revelar detalhes - nem do título - porque ele está em processo de edição, então nada é fixo ainda.

Bom, então pra que essa mini-nota de hoje?

Para pedir aos senhores leitores que preparem um tempo nessa semana para que leiam o texto. Não sei quanto tempo se deve gastar para ler algo tão longo, mas com certeza exigirá um pouquinho mais do que o comum. E peço que leiam de uma só vez, por razões de efeito (conseguirei um efeito maior naqueles que não interromperem a leitura e recomeçar um dia depois).

É um artigo com um tom um pouco diferente dos demais, e eu realmente espero poder atingir muitos de vocês com ele. Foi escrito com a esperança de que eu possa ajudar esse mundo a se tornar cada vez melhor.

No se assuste com o tamanho. Tentei escrever de uma forma que o leitor acabe se interessando e fica curioso para saber o que vem em seguida, de modo que a leitura é longa sim, mas não muito cansativa. Vai valer a pena!

De qualquer forma, tenho o direito de postar algo tão grande: provavelmente não haverá mais novidades no mês de abril, visto que estarei viajando a partir da semana que vem.

É isso! Um abraço!
John