Lisimij

Não sei quanto a vocês, mas eu, quando bato os olhos em uma palavra de escrita peculiar e sonoridade estimulante, começo a rir e repetir a palavra, várias e várias vezes, em diversas entonações (nem que seja mentalmente).

Lisimij.

Lisimij, lisimij.

Lisimij!!!

Lisimij... Lisi, lisimij...

Lisimiiiiiiiiiiiiiij!

hahahahah

É divertido e, a cada pronúncia, sinto que a palavra estimula meu corpo! E, à medida que vou vivendo, vou colecionando essas palavras especiais, que falam mais alto ao meu ser. É como, na engenharia, a um fenômeno de ressonância: meu espírito se exalta muito mais quando estimulado por essas palavras mágicas. Ou seja: não é que eu não sinta a força das demais palavras, mas algumas, especificamente, têm poder muito maior sobre meu ser!

Acredito que, como todo o resto na vida, essas palavras variam de pessoa para pessoa. É como a pessoa ideal para alguém: ela deve ter algumas características básicas para atrair a atenção do outro... E sendo assim, como você busca a pessoa ideal, também deveria buscar as palavras que te satisfaz. De certa forma, um grupo de palavras que sua personalidade gostará mais são as suas palavras namoradeiras, que te farão rir a toa, irão te consolar nos momentos de tristeza ou mesmo contarão piadas que só você vai entender. Por exemplo:

Imagine a situação: você está em uma aula séria sobre algum assunto seríssimo, dada por um professor mais sério que o seríssimo. Então, o professor fala aquela palavrinha especial - "Alcachovas"! Você se segura, se segura, mas acaba soltando um risinho puramente inocente, mas audível... O professor olha para sua cara, olho no olho, enquanto toda a sala se vira para ver e ouvir o que vai acontecer. Você se sente ridículo e vai encolhendo (o professor tomou ar), encolhendo (o professor abriu a boca), até que o professor pergunta: "qual o motivo da graça?".

Game-over para você. Enquanto você tenta sair do aperto, a palavrinha não pára de passar na sua cabeça (Alcachovas! Alcachovas! Alcachooooovas!!!!), te desconcentrando (Alcachovaaas), zombando de você (Alcachôôôva), atrapalhando o raciocínio (ALCÁ! ALCÁ! CHÔVÁS!), rindo da sua cara (chôôôvasss), rindo do professor (chôva chôva!), até que você, descontrolado, solta: 

- Alcachovas!

O fato da palavra te deixar em maus lençóis não é culpa minha e não pretendo discutir aqui quem está certo nessa história. Mas se você se irritar a ponto de sentir ódio por essa palavrinha, depois desse incidente, lembre-se de que ela continuará zombando de você para sempre. O melhor é fazer as pazes com ela e rir muito a vontade quando ela aparecer de novo.

Não sei se estarei sendo injusto com as demais palavras do meu grupo mágico, mas até onde eu consigo lembrar, a minha favorita é a palavra em inglês para 'canção de ninar'.

Lullaby.

A pronúncia é especialmente suave, e o som é engraçado, gostoso de falar! Também gosto muito da

Amazing!

Especialmente quando falado na tonalidade de satisfação, com uma esticadinha da segunda sílaba (Amaaazing!).

ahahhaha

Aportuguesada, tem a famosa pindamonhangaba.

Se eu conseguisse me lembrar, postaria algumas mais para compartilhar as minhas palavras estimulantes, mas minha memória é fraca. Obviamente que os leitores são livres (e estimulados) a deixarem as suas palavrinhas especiais nos comentários (se as lembrarem!). Ou para me chamar de maluco e mandar eu ir estudar em vez de escrever baboseiras nesse blog.

Fato é que Lisimij me agrada ao olhar, gosto da grafia, e, antes que qualquer um pergunte, a encontrei naquelas caixinhas de texto de confirmação para postar alguma coisa em algum site. Ela não existe. Ou melhor, existe agora: declaro-a como sendo a palavra para se referir ao romance feito com palavras.

Portanto, toda poesia romântica é, agora, lisimij.

E toda lisimij, poesia do amor.

Lisimij a todos,

John

Gênesis

Por vezes me sinto desesperado para pegar um papel e botar algo pra fora. É uma necessidade de criar, de imaginar o não imaginado e dar a luz a algo não existente. Seja um desenho, seja um poema, seja um rabisco ou uma melodia, essa vontade toma meu ser e me deixa inquieto, me impedindo de concentrar em uma coisa só e cumprir atividades que já estão programadas.

Até aí tudo bem. O estranho é quando eu resolvo parar por um tempo todas as demais atividades e sento na frente da folha em branco. Aí... Branco. A sensação de criação vira frustração quando eu percebo que não consigo pôr aquela idéia pra fora, não consigo criar, e aquela necessidade não consegue ser suprida. Aliás, na maioria das vezes a idéia ainda nem existe realmente, só existe o desejo de tê-la. E assim, para tentar enganar o cérebro, me permito rabiscar aleatoriamente aquele pedaço de papel, criando formas e símbolos que podem ou não significar algo realmente raciocinado.

Que fenômeno é esse? Que necessidade desesperada é essa que me faz sentar e querer criar, mas que geralmente consegue com que eu faça, no máximo, alguns rabiscos? De onde poderia vir tal sensação de desejar desesperadamente ter uma idéia que não vem, mas que você sabe que ela está ali, e você só não consegue desenvolvê-la?

Às vezes eu fico cogitando certas hipóteses: será que não consigo criar porque não tenho criatividade suficiente? Ou será justamente essa vontade de encontrar a idéia a verdadeira essência da criatividade? Ou ela é a própria criatividade em ação?

Eu não sei responder. Afinal, tem anos que convivo com isso e até hoje poucas vezes consegui produzir algo que realmente deixasse meu ser satisfeito. Vez ou outra, um longo texto saía do nada, sem que eu sequer pensasse exatamente no tema. Fotografias também surgiram de momentos loucos como esse. Até tentativas de pinturas, rabiscos imaginados, símbolos, códigos, jogos!

Tenho pra mim que esse blog veio para me socorrer. A necessidade bateu e a idéia que me veio foi o blog. Talvez nunca tivesse pensado em criar um antes porque simplesmente não cheguei realmente a cogitar tal hipótese. Mas ultimamente alguns amigos estiveram frequentemente falando de blogs e dois em especial falaram que seria ótimo que eu criasse um blog para minha já próxima viagem para Itália.

Pá! Quando veio a necessidade, ela se uniu à lembrança da sugestão do blog e pensei: porque não ter um blog para tentar suprir essa vontade voraz que me consome de vez em quando? Não só para a viagem, mas para tooooooooda a minha vida? (ok, tanto eu quanto os leitores sabem que 99,99999% dos blogs ficam às moscas após alguns meses, mas não vamos deixar isso nos influenciar e desanimar - mesmo que seja verdade e que provavelmente seja o que vai acontecer por aqui também hahaha)

Então estou aqui, criando um blog com nome maluco que veio lá de dentro de mim em um desses momentos de criação desejada. Especificamente, "paraque parque te quero" veio quando eu buscava um comentário para uma foto minha, postada em uma rede social. Não sei nem como surgiu, apenas apareceu na minha cabeça e eu gostei muito da sonoridade e do tom de pergunta-afirmação.

Para que, parque, te quero?

Para que parque? Te quero!

Sim, esse é o meu parque, meu refúgio de idéias e criações. Meu espaço para expor loucuras vindas à mente, sensatas ou não. Espaço para expor minha vida, fatos e opiniões; espaço para criar idéias; espaço para desenvolver meu ser (e espero sinceramente que desenvolva o leitor também, mesmo que ele seja eu mesmo!)

E quero começar perguntando a você, leitor, o mesmo que perguntei à minha irmã quando tentava encontrar um nome para o blog (até o dito cujo aparecer flutuando suavemente pela minha mente):

"Sabe aqueles momentos em que você sente uma grande necessidade de pôr algo pra fora, que você precisa de uma folha de papel pra rabiscar alguma idéia que não veio ou que você sente que você precisa fazer alguma coisa mas não sabe o que?"

A resposta dela foi "Não." seguida de uma expressão bizarra de "Você está doido?".

Bom, talvez esteja. Não é a toa que um dos nomes que pensei foi "surtei". Mas infelizmente esse nome já está em uso por um blog OCIOSO desde 25 de novembro de 2002 (como você pode conferir aqui: surtei.blogspot.com). Bem, é a lei dos 99,99999%.

PS: respondam nos comentários! ^^