É incrível como a música me instiga, me excita, me devora. São 3:55 da matina, amanhã (ou para os mais chatos, hoje mesmo) eu vou viajar para Milão cedo, e eu já estava deitado, computador desligado e tentando dormir, mas o sono não vinha. Pus música no ouvido, o que geralmente tem efeito calmante em mim e me faz dormir como pedra. Comecei a ouvir as músicas do que parece ser um novo álbum da Madonna, chamado "Animal", álbum esse que parece ter vazado completamente pela internet e já está deixando todo mundo agitado. Bom, eu pelo menos estou. Já estou viciado no disco e arrisco dizer que é um dos meus preferidos, se não O preferido, da Madonna.
Misturando o clima dance do Hard Candy com o estilo gostoso de músicas para a alma do Ray of Light (que é um dos meus preferidos da Madonna), o novo álbum ficou milhões de vezes mais gostoso que o Hard Candy (não arrisco fazer comparações com o Ray of Light, que é uma peça de beleza ímpar). E viciante.
Bom, mas voltando ao que interessa: quando pus essas músicas no meu ouvido, eu não consegui dormir. Meu espírito se revirou de satisfação e inspiração e veio na minha cabeça, na hora, que eu devia escrever algo no blog. E aqui estou eu, deitado na cama, com tudo escuro, escrevendo pro blog, totalmente inspirado pela Madonna.
Bom, antes do leitor prosseguir com essa leitura, eu quero pedir que ele escute essa música, que é a minha preferida do álbum Animal (e talvez de todas as outras músicas da Maddie):
E se não for pedir muito, peço que leiam também a letra, enquanto escutam a música, e que reflitam sobre ela um pouquinho. A letra está aqui:
Para os que se deliciaram com a música, eu recomendo a versão acústica, que é esplendidamente fascinante:
Passado esse ritual, acho que pelo menos alguns vão estar inspirados agora e poderão aproveitar melhor o resto da leitura! :D
A primeira coisa que veio na minha cabeça quando eu pensei sobre o que eu escreveria foi o futuro. Afinal, o ano novo está aí batendo à porta, e nada melhor do que uma virada de ano para nos encher de esperança de uma vida e um mundo melhor para todos, e para nos lembrar de que o nosso futuro depende somente das nossas decisões e ações de hoje.
Daí que isso reflete diretamente na tão falada "Resoluções de Ano Novo". Eu fiz as minhas três anos seguidos. Esse ano ainda não fiz, mas isso não significa que não vá fazê-lo mais tarde (antes fazer no meio ou no fim de janeiro do que não fazer nunca, né?). A experiência desses três anos me diz que é bacana, porque quando o ano acaba você pode dar uma olhada nas suas resoluções do ano anterior e fazer um balanço do quanto você cresceu como pessoa e quanto das suas propostas você conseguiu cumprir.
Mas, além das resoluções de ano novo, eu também costumo escrever uma lista, simples e básica, das coisas que o ano que passou me deixou. O que marcou. Pro bem e pro mau. O que eu aprendi, o que eu fiz de certo, como cresci. O que saiu errado, o que faltou, o que eu não fiz e sentia que devia ter feito. Com esse material, a gente consegue finalmente fechar o balanço e ver se a vida valeu naquele ano.
Bom, nas vezes que eu fiz isso a minha conclusão no final do ano foi que sim, a minha tem valido demais, e isso me deixou realmente feliz! :)
Anyway, incentivo vocês a sentarem e fazerem as de vocês. Ninguém precisa ler além de vocês mesmos. Agora vamos ao que interessa: o futuro.
O que afinal esse tal de futuro promete pra todos nós? O que vem por aí?
Alguns dizem que o fim do mundo está próximo, outros ainda afirmam veementemente que será em 21 de dezembro de 2012. Enquanto isso, os que não acreditam em nenhuma dessas previsões apocalípticas ou aqueles que simplesmente não tem opinião nenhuma sobre isso ou nem mesmo sequer considerou o fim do mundo continuam com suas vidas normalmente. Planejamos copas do mundo e olimpíadas, revitalizamos obras antigas para preservar a história que já se foi e construímos mais e mais coisas na esperança de que algumas delas sejam preservadas na história que está por vir.
E no meio disso tudo, o mundo se divide em milhões de sub-grupos, cada um levantando sua bandeira e tentando se fazer entender. Enquanto os progressistas proclamam o desenvolvimento tecnológico e pregam o progresso acima de tudo, o pessoal eco-friendly sai pelo mundo afora gritando que estamos destruindo o mundo. Mostram fotos e vídeos de geleiras derretendo e cidades inundadas como prova de que estão certos, implorando que o progresso pare um pouquinho e olhe ao seu redor, ao em vez de sair devorando tudo que vê e transformando esse tudo em algum equipamento eletrônico "da hora" que em menos de dois anos será rebaixado ao nível de tralha eletrônica e eventualmente irá parar no lixo, piorando a situação ambiental do planeta.
Por outro lado, os democratas e capitalistas riem de qualquer um que tente propor um outro modo de viver no planeta, chamando-os a todos de comunistas, sem nem mesmo se preocupar em distinguir quem é comunista. Provavelmente porque acham que "comunista" é um xingamento político bem forte para retirar a moral de qualquer um na face da Terra e fazê-lo parecer um rebelde que mata pessoas e que querem acabar com a "paz" da democracia. Ao mesmo tempo, os comunistas (de fato) e outros demais grupos que não concordam mais com a maneira como as pessoas estão vivendo tentam argumentar como podem para tentar convencer outros de que o sistema deles é que funcionaria, e que o mundo precisa mudar, passando geralmente boa parte de suas vidas pensando e repensando sobre o comportamento humano, política e economia para conseguirem argumentos cada vez mais fortes e persuasivos para suas crenças de sistemas melhores.
Ainda, consumidores brigam por menores preços com as empresas, que por outro lado querem que querem que os consumidores troquem seus produtos o mais rápido possível, sempre por um preço mais elevado que o anterior.
Também, a população briga por impostos menores e melhoria nos serviços públicos, enquanto os políticos acham que o importante é investir na indústria e dar incentivo ao setor automobilístico, a fim de aumentar as exportações e aquecer a economia interna, obtendo então a aprovação da população para seus feitos.
E por aí vamos:
Gays defendem a sua liberdade sexual enquanto heteros espancam gays por aí para demonstrar que não querem saber dessa história de liberadade sexual.
Ateus atacam os deuses alheios com um desejo intenso de acabar com a fé de todo mundo a fim de poderem finalmente viverem tranquilos sem aquela pressão de ter de acreditar em alguma coisa, enquanto religiosos usam a palavra "ateu" como xingamento, expressando sua reprovação pela descrença em um deus e às vezes ainda clamando que essas pessoas irão todas para o inferno.
'Rockeiros' tentam ridicularizar o Pop e todos que gostam de Pop, enquanto os 'Popeiros' chamam os rockeiros de brutos, intolerantes e chamam sua música de barulho.
Os Estados Unidos da América se colocam no topo do comando do mundo e acham que estão no direito deles de assumirem esse posto, proclamando que eles mantém a paz mundial, enquanto os países europeus riem e cospem na política americana, colocando eles mesmos em uma posição de elevação política.
Os exemplos são inúmeros e provavelmente infinitos. Grupos existem para defenderem ideias, e como ideias são infinitas e estão sempre aparecendo ou sendo renovadas, também os grupos estão sempre surgindo e se renovando. A questão que me intriga nessa zona toda é: onde ficou o ser humano nisso tudo?
Ninguém mais pensa no nível do ser humano. Só de grupos, de união de ideias, de interesses. Ninguém mais faz discurso em cima do ser humano em si, como ele é pura e simplesmente: um animal evoluído que possui necessidades básicas que são mais básicas que tudo que o resto do mundo discute. Ninguém mais realmente percebe o que é passar fome, com exceção daqueles que passam fome de verdade. Ninguém mais consegue visualizar o que é passar sede e não ter água limpa para beber e cozinhar, exceto é claro quem vive em condições como as descritas. Ninguém mais sente, de verdade, o que significa viver em um ambiente de ar poluído e tóxico. Ninguém mais percebe que o ambiente em que o ser humano vive deveria libertá-lo de tudo para que ele pudesse simplesmente ser o que ele precisa ser.
Ninguém nota esses pontos super básicos que estão na natureza do ser humano e de todo ser vivo, simplesmente porque hoje estamos sempre discutindo conforme grupos. Estamos sempre ocupados discutindo sobre política, sobre religião, sobre sistemas monetários e sobre produtos. Estamos preocupados com o quanto falta para comprar aquele presente cobiçado ou quanto podemos gastar no supermercado para não ficarmos sem dinheiro antes do fim do mês. Estamos alucinados.
Ninguém nota esses pontos super básicos que estão na natureza do ser humano e de todo ser vivo, simplesmente porque hoje estamos sempre discutindo conforme grupos. Estamos sempre ocupados discutindo sobre política, sobre religião, sobre sistemas monetários e sobre produtos. Estamos preocupados com o quanto falta para comprar aquele presente cobiçado ou quanto podemos gastar no supermercado para não ficarmos sem dinheiro antes do fim do mês. Estamos alucinados.
O que o futuro reserva para um mundo onde mais de três quartos das pessoas vivem nessas condições?
Ainda bem que o ano novo está chegando, pois isso significa que eu estou cheio de esperança. Bom, eu geralmente sou sempre cheio de esperança, mas tem vez que ela se esvai. Hoje eu volto a acreditar. Acreditar que vamos nos unir e deixar de lado muitas bobagens que não valem sequer serem mencionadas.
E Madonna me vem justamente justificar essa esperança. Ela vem me lembrar hoje, que a expressão artística tem o poder de elevar o espírito a níveis de sensibilidade maiores, onde é possível enxergar o mundo com olhos universais, em vez de pessoais. Madonna, com sua super adorável obra de arte "Animal" vem me fazer sentir o que eu já senti muitas outras vezes ao contemplar e viver outras obras de arte: esse friozinho estranho na barriga e essa vibração incessante e indescritível que varre nosso ser, fazendo-nos acreditar na beleza do ser humano e do mundo como um todo. Fazendo-nos realmente humanos. Fazendo-nos todos unidos. Fazendo-nos todos irmãos.
Diante da arte, a concepção de grupos desaparece e o mundo se torna um. Não importa se você é alto, baixo, magro, gordo, negro, branco, índio, europeu, asiático, latino, religioso, ateu, gay, hetero, bi, travesti, político, civil, militar, professor, aluno, analfabeto. Nenhuma secção importa, porque elas simplesmente não existem. E tudo que parecia ser, só revela que era somente o que nos vestia. Pois a arte revela a alma, e a alma é perfeita, jovem e mágica, e é o cerne de todos nós.
Não se divide uma alma, assim como não se divide os seres humanos em infinitos grupos. E por isso eu digo que por enquanto nenhum de nós é realmente humano. Não até nos sensibilizarmos e entendermos o que nossa alma realmente anseia.
O futuro nos reserva mudança. E a mudança começa contigo. Portanto, o futuro promete o que você promete. Sua mudança deve começar com o fim da sua intolerância com qualquer "grupo" que possa aparecer na sua frente. Uma dica? Veja mais filmes, escute mais música, vá a mais teatros, veja musicais. Vá em exposições de arte, comece a reparar na arquitetura das coisas que te cercam. Repare mais na natureza e a beleza que ela abriga. Tome uma boa dose de arte, delicie-se com as diversas sensações que ela pode proporcionar e você se sensibilizará o suficiente para começar a pensar diferente.
Para finalizar o último post de 2010, vai mais uma sugestão de música do álbum "Animal": History (Land of the free). Tudo a ver com o que tentei expressar aqui!
Um ótimo 2011 para todos nós, e que ele nos traga união global e paz universal.
Um abraço!
John
PS: são 6 da manhã agora. Foram duas horas preparando esse post. Agora vocês entendem o porque de eu postar tão pouco? hahahaha
PS: são 6 da manhã agora. Foram duas horas preparando esse post. Agora vocês entendem o porque de eu postar tão pouco? hahahaha
Nooossa !!! E foram várias horas mto bem gastas e escritas ! Vc me fascina com o modo que pensa e vê o mundo, e eu adoro poder aprender e repensar com vc.
ResponderExcluirMto bom ! Escreva um livro. rs
te amo. Saudades*