segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Da rotina do rebelde


Eu tenho medo do comum:
Não gosto de ser domado pelos hábitos.
Mas, não é a minha própria rebeldia
Um hábito por si só?

Da formação


Quem disse que ser poeta é fácil?
A cada nova linha escrita
A cada poema concluído
O poeta se revira
E expressa sentimentos
Que há anos vem sentindo
E se esforça para compreender

domingo, 30 de janeiro de 2011

Multidão


São tantos
A me afogar
Em minha própria
Solidão

Sonho incerto


Não quero a vida de um sonho
Nem muito menos um sonho de uma vida.
Não.
Quero a vida das incertezas
Que sempre desperte o sentimento do
Será?
Será?

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sem regras


Para quê
tantas regras
se só queremos
liberdade?

Fome de amor


Pois não vivo de ilusões
Ou me sustento de sonhos
Não, me alimento é de amor
E por isso tenho essa necessidade eterna
De sempre pensar em você

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Eterna esperança do criar


Me sinto perdido.
Perdido num lugar que não sei.
Encontrado no buraco do anseio.

Anseio criar.
Criar aquilo que não existe.
E que talvez nunca existirá.

Olho no espelho
A imagem do passado.
Pois agora sou outro.
Outro que não se vê,
Outro que não existe.
Mas existirá
Do meu anseio de criar.

Pois sim, estou perdido.
Mas quem foi que disse
Que não posso me achar?

Encurralado


Pare!
Não me encarceres
Na prisão do teu olhar!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Das motivações


O que mais queria
Era se compartilhar completamente
Mas por não ter tido
Até então
Sorte no amor
Dedicou-se a escrever

Sobre a inexperiência eterna


A minha vida inteira
Esperei
Planejei
E ansiei
Por te encontrar
Mas agora que chegou
Eu não sei o que fazer!


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Casa da vida


        T
      odo.d
    ia.constr
  uo.uma.casa.d 
e.sonhos.só.para.
poder.mudar.a.dec
oração.   a.cada.
hora.e.   acontec
imento.   do.dia.

Paixão imediata


Porque
Jogas comigo
E com meus sonhos
Se tudo o que eu quero
É te fazer feliz?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Fênix


Sou como uma rosa:
Tenho lá meus espinhos
E seco e perco as pétalas vez ou outra
Mas sempre desabrocho de novo
Para experimentar outra vez
A beleza de partilhar o melhor
De quem eu sou

Você


Porque
Se apaixonar
De uma vez
Se você pode se apaixonar
Aos pouquinhos?

Para quê

Essa pressa de amar
Se quando acontecer
Você terá
Toda uma eternidade para aproveitar?
Porque
Chorar de desespero
Por uma ilusão desiludida
Quando há tantas outras razões
Para fazer você sorrir?

Para quê

Se esforçar tanto
Para ser legal
Se o mais legal de você
É quando você é você?

Paixões são intensas

Amores são eternos
Choros são fugas
Sorrisos são reconhecimentos
E você...

Você é tudo isso

Dosado de uma maneira única
E própria
Da sua personalidade

Que lindo, você!


domingo, 23 de janeiro de 2011

Vasculhando o passado


Enquanto revia um caderno de anotações e rabiscos que me acompanha há mais de 5 anos para onde eu vou, achei esse poema perdido, uns dos poucos (se não o único) que fiz quando mais novo e que tenho registrado. Achei válido publicar aqui!

Não faço ideia de quando escrevi, mas com certeza é anterior a 2009.

Busca feliz da felicidade

Voa serena, oh andorinha!
Atravessa tuas nuvens de sonhos
E vença teu medo de altura!
Que sejas forte e vivaz
Como o vento que te levanta.
E que em rasantes preciosos na terra da paz
Encontre enfim a preciosa casa que lhe apraz!
Pois o tempo, oh, o tempo querida andorinha,
Esse não tem gosto pelo passado.
Impiedoso como ele só, não adianta nem tentar pedir
Quanto mais futuro ele encontra
Menos passado ele se importa em deixar pra trás.

Essência


Eu sou assim...
Uma tempestade de sonhos
Que morrem de medo
De chegarem ao chão

Da descrença


Se não se pode
Mudar o mundo
Para quê, então
Vivemos nele?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Da vontade de ser melhor


Não é fácil mudar aquilo que você aprendeu desde tempos imemoriais, quando era criança e adolescente. Mas eu estou tentando, e sinto que vou mudando aos pouquinhos. Se eu tiver paciência, poderei incorporar em mim o que há de melhor, e deixar para trás toda essa tralha que carregamos inutilmente conosco.

Sem açúcar


Que café amargo
Sem o seu amor!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Fuga da Fuga


Acabei de voltar de uma corrida pelo parque, e trouxe isso comigo:

Fuga da fuga

Pois também cansou de esperar:
Abaixou o volume
Respirou fundo
Deu duas piruetas
(não se contentou só com uma)
E foi se arriscar

Obviamente, esse não faz parte dos poemas do Milão Criativo, mas complementa um deles! :)
PS: Correr faz bem. Pro corpo, e pra alma! =]

Experimente!


Resolvi postar aqui também, ainda em relação às coisas criadas durante minha viagem a Milão, o esboço que eu fiz de um prédio que foi tomando forma em minha mente durante uns dias atrás. Acho que com isso eu quero demonstrar que o processo de criação é algo saudável e, assim, tentar convencer o leitor a se instigar e começar a deixar sua criatividade fluir.

Não pense "Eu sou péssimo escritor!" ou desenhista, ou cantor, ou dançarino, ou qualquer outra coisa. Não pense. Simplesmente tente! Se você nunca fez o que pretende, ou fez muito pouco na sua vida, é claro que as primeiras tentativas não vão ser perfeitas! Olha o meu prédio! Nem uma espiral eu não consegui desenhar!

Mas à medida que você der asas a sua imaginação, e concretizar certos anseios da alma, você se sentirá cada vez melhor e mais seguro de expor seus sentimentos. Seja lá da maneira que eles quiserem sair.

Vá! Give it a try!
Experimente!
E quem sabe eu não estarei lendo seu blog daqui umas semanas? :)

Aqui vai o meu super-prédio:



No trem



Viajo voltado para a traseira
Só para ver
pela janela
a minha vida
passar ao contrário.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fuga



Pois cansou da realidade.
Pôs os fones de ouvido e esvaiu-se em seu próprio mundo.



Milão criativo


Hoje eu fui a Milão para refazer meu passaporte, pois perdi o outro. Tive que sair de Torino muito cedo, tipo, 4 horas da manhã, e como não consegui dormir ontem a noite, estou de noite virada. Mas o que eu quero contar é que durante as viagens de trem de ida e de volta, em vez de dormir (sim, eu estava - e estou - muito cansado!), eu me pus a escrever.

Essa é a vantagem de levar na mochila papéis e canetas coloridas de todas as cores: quando a vontade de criar vem, você tem com o que extravasar ela. E eu acho que eu fiz isso muito bem!

Criei alguns poemas e rabisquei uma fachada de um edifício que apareceu na minha mente uns dias atrás. E sabe, pode não ter sido a melhor poesia do mundo, ou o esboço pode ser ridículo, mas eu me senti bem. Extremamente bem, pra ser mais correto!

Acho que esse sentimento é ligado ao que eu já citei anteriormente no post "A Alma da Arte e a Arte da Alma", sobre a sensação de satisfação que vem quando realizarmos pequenos sonhos, como os que a alma deseja expressar.

Fato é que eu tenho cada vez menos dúvidas que, para deixar a sua criatividade fluir, você deve se deixar pensar e arriscar escrever, rabiscar, cantar, enfim, qualquer coisa que queira. Sem medo de estar fazendo feio.

Não vou publicar tudo de uma vez. Tenho um poema (longo) e nove mini-poemas-pensamento, sendo que esses últimos são muito breves, expressando como que uma respiração da alma, um instante de questionamento que me fiz, contendo os sentimentos que senti na hora. É como se cada um deles fosse um retrato tirado da alma, naquele instante, e agora estará para sempre retratado para quando eu quiser rever.

Obviamente que a qualidade de um poema ou texto é sempre dependente de quem escreve e de quem lê, e portanto, eu sozinho não posso fazer boa poesia. Para aproveitar o máximo do escrito, você deve procurar lê-las nos momentos em que estiver mais sensível.

Espero que gostem! Vou ter material para dez dias seguidos de posts, e ninguém vai ficar cansado de ler porque são todas muito pequenas, algumas mais reflexivas.

Começo hoje com uma mini bem breve, que me descreve muito bem. Pelo menos, me descreve agora.

Um abraço!

John


PS: Acredito que o que me instigou a escrever poemas foi a inspiração vinda de alguns que li de meu amigo Emílio Palote (blog Palotesia: http://palotesia.blogspot.com/) e dos pequenos textos sinceros e gostosos da Rita Apoena (http://jornaldaspequenascoisas.wordpress.com/). A leitura, meus amigos, é essencial para a boa escrita! Não se roubam ideias: se compartilha e se inspira!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Carta ao desconhecido


Prezado Senhor Desconhecido,

Imagine-se no meu lugar.
Imagine-se vivendo a minha vida.
Imagine-se sonhando os meus sonhos.
E agora me responda: é justo que detenhas tantos segredos preciosos e os mantenha afastados de mim?

Sou uma simples alma que conhece tão pouco sobre si, imagina sobre os outros e sobre o mundo! Enquanto tu, ó Desconhecido, abrigas todo o resto que não sei, e que muito do qual provavelmente nunca saberei!

Como podes ser tão insaciável?
Devoras com fervor toda a história que já foi e guardas contigo toda a existência e fatos futuros de todos nós. Não se contentando com uma única possível maneira de escrever a história, provavelmente passas o tempo a criar novas possibilidades, infinitas possibilidades, para o que deve ainda ser, e as mantém secretas, longe dos olhos de todos nós, aqueles que sentirão na pele os efeitos futuros.

Como podes ser tão egoísta?
Detém tanto contigo e não compartilhas! O pouco que compartilhas, espalha entre os seres humanos do mundo inteiro, garantindo que seja muito difícil que as peças do quebra cabeça maior sejam unidas. Ah! Quanta mesquinhez! Que maneira perversa de tratar o conhecimento desconhecido, tornando-o conhecido a poucos e segregados seres!

Como podes ser tão obscuro?
Já não bastasse esconder tudo contigo, ainda necessitas incitar-nos a dúvidas e divagações sobre tudo, inclusive sobre o já conhecido? Pior: te atreves a invadir a minha própria existência e tornar todo o meu processo de auto-aprendizado mais e mais difícil! Como és capaz de tamanha intromissão! Deténs os segredos para o meu conhecimento interno, e os esconde em lugares impossíveis de imaginar!

Escrevo-te em revolta. Em revolta por tornares esse processo de aprendizado e conhecimento mais difícil. Mais complicado. Mais complexo. Escrevo-te sem esperanças de que me respondas e sabendo que tu rirás muito, pois já esperavas a chegada dessa carta a tantos anos atrás. Mas escrevo mesmo assim, motivado por uma indignação com o monopólio do desconhecido.

Não espero que tomes nenhuma ação. Sei que tu sabes mais do que posso imaginar, e que tua forma de agir tem suas lógicas, e assim não vou esperar que me reveles o mundo em um instante. Não vou sequer esperar que me deixes descobrir quem eu sou. Não vou esperar nada de ti, simplesmente porque não posso confiar minha paz a quem mantém tanto mistério e segredos. Não. Espero somente que essa carta me faça refletir e descobrir a tua razão maior de existir. Pois se descubro essa verdade, todas as outras virão com ela...

Não! Recuso-me a jogar teu jogo mesquinho! Prometo-te: não vais agonizar mais minha existência. Pois viverei na esperança de que tudo sempre será o que tem de ser, não importa o que.

Não, Desconhecido, sinceramente eu não me importo mais. Guarde tudo para si e seja feliz. Só preciso de um pouco de paz de espírito e muita serenidade, e nunca mais lembrarei do que me escondes.

Desconhecido, adeus. E até nunca mais.

De seu há tanto já conhecido



PS: outro texto vindo da noite. Após duas horas tentando dormir sem sucesso, me veio uma vontade estranha de escrever. Não me senti inspirado. E o texto demorou um pouco para sair. E agora que está pronto, não sei se gostei muito dele não. Aliás, não sei nem se gostei. Não me desperta emoções (talvez desperte sim: apatia). Mas vou postar: desejo mostrar como o processo de criação muda de acordo com as motivações e sentimentos internos. Bom, muitos leitores não vão perceber nada, talvez só eu mesmo, como o escritor. Fato é que esse texto tem um cunho diferente dos demais. E vai pro ar para me lembrar as diferentes formas em que ideias podem sair...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quando almas conversam


- Mas o que é a vida? - ela perguntou.

Ele olhou para o céu, contemplou o mar de estrelas que varriam a escuridão da noite como que a buscar inspiração, e disse:

- Não te apegues a definições. Um nome só limita as ideias, e um significado para o nome as encarceram em um grão de areia. Tu és, e aquilo que queres ser é o limite do que poderás atingir. Aprende a não pensar com palavras e estarás apta a ver com os olhos da alma.

E eles permaneceram ali, lado a lado, em silêncio por um tempo indeterminado. No fundo das suas mentes, as palavras já ditas ecoavam, como que insistindo para que fossem absorvidas.

Porque tudo o que é verdadeiro tem real impacto sobre a alma.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Teoria da conjunção Pensamento-Realidade (ou simplesmente Teoria da Surpresa)

Postado originalmente na minha página do Facebook:

"Pois eu tenho uma teoria, que até hoje se provou verdadeira, que diz que "Quando você pensa nos modos de que um certo acontecimento possa ocorrer, os modos pensados nunca se tornarão realidade".


As consequências dessa teoria, que chamarei de "Teoria da conjunção Pensamento-Realidade" (ou para os leigos, "Teoria da surpresa") são imensas: por exemplo, aquela coisa que você deseja que aconteça muito muito muito, na qual você passa horas pensando em como ela poderá acontecer, se prova totalmente útil para que você saiba os modos pelos quais seu desejo NÃO será realizado, se algum dia chegar a sê-lo.

Ainda, essa teoria pode ser usada com eficiência para tentar se proteger daqueles acontecimentos que você NÃO quer que aconteça. Corrijo-me: dos MODOS que você não quer que esse mau acontecimento ocorra. A lógica é simples: quando você está, por exemplo, com medo de ser roubado, comece a pensar em todas as maneiras possíveis de que isso poderia acontecer, com todos os detalhes que conseguir (quanto mais detalhe, mais a teoria parece funcionar!). Com isso, você se protegerá de que seja roubado das formas que você já pensou.

E é claro que toda uma nova filosofia surge em cima dessa teoria. Por exemplo, podemos discutir sobre o poder do ser humano em mudar o curso das coisas. Se as coisas que você não quer que aconteçam, por exemplo, estão planejadas para acontecerem digamos, pelo "Destino", elas irão acontecer. Nesse caso, se você tiver pensado em infinitas maneiras de morrer assassinado para evitar que estas maneiras ocorram, e você tiver de ser assassinado de qualquer forma (porque o destino manda), daí você morrerá de uma forma totalmente bizarra (pro bizarro mesmo, ou pro meio mais simples de se matar), tão bizarra que você não conseguiu pensar.

Finalizando, se a coisa que você quer muito que aconteça tiver de acontecer de qualquer forma, também devido ao destino mandar, então ela irá acontecer, não importa quanto você tenha pensado sobre ela antes. O mais gostoso é que se ela tiver que acontecer, não importa o quanto você tenha pensado sobre ela antes, quando acontecer será sempre de uma forma inesperada, totalmente surpresa.

Nesse sentido, talvez o mais inteligente seja simplesmente não pensar nos modos em que esse acontecimento poderá ocorrer: dessa forma, tudo fica mais fácil para o destino correr como deve, e você provavelmente não morrerá nas mãos de um assassino maluco que vai abrir sua barriga com abridor de lata e te fazer comer tuas tripas antes de deixar uma tigela bem pesada de sopa cair na sua cabeça. Não gostou? Não importa, se você pensou bem na cena, você não vai ser assassinado desse jeito.

Bom, não?"